terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Os 50 melhores discos de Jazz de todos os tempos pela uDiscover

A uDiscover, página dedicada a música, listou os 50 maiores discos de Jazz de todos os tempos.

Segue a lista:

50. Thelonious Monk Genius of Modern Music vol.1 & 2.
49. Count Basie – the Original American Decca Recordings
48. Bud Powell – The Amazing Bud Powell Vo.1
47. Weather Report – Heavy Weather
46. John Coltrane & Thelonious Monk – At Carnegie Hall
45. Horace Silver – Song For My Father
44. Grant Green – Idle Moments
43. Count Basie – The Complete Atomic Basie
42. Hank Mobley – Soul Station
41. Charlie Christian – The Genius of the Electric Guitar
40. Art Pepper meets the Rhythm Section
39. John Coltrane – My Favourite Things
38. Benny Goodman – At Carnegie Hall 1938
37. Wes Montgomery – The incredible Jazz Guitar of Wes Montgomery
36. The Mahavishnu Orchestra With John McLaughlin – Inner Mounting Flame
35. Clifford Brown and Max Roach – Clifford Brown & Max Roach
34. Andrew Hill – Point of Departure
33. Herbie Hancock – Head Hunters
32. Dexter Gordon – Go
31. Sarah Vaughan – With Clifford Brown
30. The Quintet – Jazz at Massey Hall
29. Bill Evans trio – Waltz For Debby
28. Lee Morgan – The Sidewinder
27. Bill Evans – Sunday at the village Vanguard
26. Thelonious Monk – Brilliant Corners
25. Keith Jarrett – the Koln Concert
24. John Coltrane – Giant Steps
23. Herbie Hancock – Maiden Voyage
22. Duke Ellington – Ellington at Newport
21. Cecil Taylor – Unit Structures
20. Charlie Parker – Complete Savoy and Dial Studio recordings
19. Miles Davis – Birth of the Cool
18. Art Blakey & the Jazz Messengers – Moanin’
17. Albert Ayler – Spiritual Unity
16. Eric Dolphy – Out To Lunch
15. Oliver Nelson – The Blues and the Abstract Truth
14. Erroll Garner – Concert By the Sea
13. Wayne Shorter – Speak No Evil
12. Stan Getz & Joao Gilberto – Getz/Gilberto
11. Louis Armstrong – Best of the Hot 5s and 7s
10. John Coltrane – Blue Train
9. Miles Davis – Bitches Brew
8. Sonny Rollins – Saxophone Colossus
7. Cannonball Adderley – Somethin’ Else
6. Charles Mingus – The Black Saint and the Sinner Lady
5. Ornette Coleman – The Shape of Jazz to Come
4. Charles Mingus – Mingus Ah Um
3. Dave Brubeck Quartet – Time Out
2. John Coltrane – A Love Supreme
1. Miles Davis – Kind of Blue

Miles Davis - Live At The Isle Of Wight Festival

Show realizado no Isle of Wight Festival,  um festival musical que acontece anualmente na Ilha de Wight, Inglaterra. Nesse mesmo ano no festival apresentaram The Who, Jimi Hendrix, Emerson Lake and Palmer, Moody Blues, Jethro Tull, Leonard Cohen. Também se apresentaram Gilberto Gil e Caetano Veloso (pra quem gosta é bom) que estavam exilados na Europa esse ano.

A apresentação é Miles Davis no trompete, Gary Bartz no sax tenor e soprano, Chick Corea no piano elétrico, Keith Jarret sorridente no órgão elétrico, Dave Holland no baixo elétrico, Jack DeJohnette na bateria e Airto Moreira na percussão e cuíca.

Divirtam-se


sábado, 27 de dezembro de 2014

Miles Davis with Sonny Rollins (1954)



Miles Davis with Sonny Rollings é um LP lançado em 1954 pela Prestige Records e gravado em Nova Jersey, no estúdio particular de Rudy Van Gelder, um engenheiro de som especializado em jazz. É um daqueles discos que se tornaram um marco na história do Jazz, sem dúvida.

O disco é tocado pelo quinteto; Miles Davis no trompete, Sonny Rollins no sax tenor, Horace Silver no piano, Percy  Heath no baixo e Kenny Clarke na bateria.

Esse disco lança, como uma catapulta, a carreira de Sony Rollins. Três das quatro músicas são composições próprias do saxofonista, Airegin, Oleo e Doxy. Em sua autobiografia, Davis diz que Rollins estava escrevendo as músicas em pedaços de papel no estúdio durante as sessões de gravação dos discos anteriores.

A única música que não é de Sony Rollins nesse disco é But Not for Me, uma composição de George Gershwin e Ira Gershwin, e que está presente no disco em 2 diferentes versões.

As músicas desse disco se tornaram um sucesso.

A primeira música, Airegin, é considerada um "Jazz Standard". Um standard é um tema de jazz que é amplamente conhecido, e que por isso se torna parte do repertório básico de muitos jazzistas.

Ela foi gravada novamente por Miles Davis no Cookin' with the Miles Davis Quintet de 1956. Em 1960 foi gravada pelo guitarrista Wes Montgomery no seu disco The Incredible Jazz Guitar of Wes Montgomery (também com Percy Heath no baixo). Outro guitarrista de Jazz que também gravou a música foi Grant Green, em seu disco Nigeria, de 1962. Uma versão com letra composta por Jon Hendricks apareceu em 1958, interpretada pelos trio vocal Lambert, Hendricks & Ross no álbum The Swingers! e em 1985 no disco Vocalese do The Manhattan Transfer. Hubert Laws, um grande flautista de Jazz, juntamente com o lendário baterista Steve Gadd, gravou essa composição duas vezes, uma em 1964 no disco Color Him Wild e outra em 1977 no disco New Vintage. Uma outra versão dessa música também foi gravada por Sonny Stitt (lendário saxofonista) e pelo organista Don Patterson no disco Prestige Funk You! de 1969.

A segunda faixa do disco, Oleo, também não fica atrás. Ela apareceu em diversos repertórios posteriores de Miles Davis. Podemos destacar a execução dela ao vivo em 1958 junto com John Coltrane, no famoso 1958 Miles e, novamente em 1973 no Jazz at the Plaza (também com Coltrane).
Outros artistas que fizeram gravações notáveis da peça incluem Bill Evans, Eric Dolphy, Lee Konitz, Jeff Sipe, Pat Martino, e Larry Coryell.

But Not for Me é uma canção popular, também muito conhecida.
Ela foi escrita para o musical Girl Crazy, de 1930.
A música já esteve presente no filme Manhattan, de Woody Allen, 1979, e também no filme Harry e Sally - Feitos um para o outro, 1989, do diretor Rob Reiner. Também já foi gravada por gente de nível, como Billie Holiday, Chet Baker, Sammy Davis Jr., Frank Sinatra, Judy Garland e Sarah Vaughan.
As duas versões de Miles e Sonny Rollins presentes neste disco mostra todo entrosamento do quinteto e todo swingado que lhes é particular.

Doxy, a última música do disco, tornou-se também um Standard. Ela foi escrita por Sonny Rollins durante sua escala na Inglaterra em uma turnê européia.

Resumindo, o disco mostra as habilidades musicais e de composição de Sonny Rollins, e evidencia bem por que ele era o saxofonista preferido de Miles Davis.

Miles Davis não apenas atuou no Jazz como grande músico, mas também um grande descobridor de talentos.



sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Miles Davis - Blue Period (1953)

Blue Period é o segundo LP de Miles Davis pela Prestige Records, com alguns músicas gravadas em 1951 na Apex Studio em Nova York.

"Bluing" e "Out of the Blue", duas composições de Miles Davis, foram gravadas em Outubro de 1951, numa mesma sessão, para o material do primeiro álbum oficial, o excelente The New Sounds.

"Blue Room" é uma musica composta pela dupla dinâmica Rodgers e Hart, e foi gravada anteriormente para o LP Modern Jazz Trumpets. Algumas prensagens deste mesmo disco você encontrará duas versões da música Blue Room, Take 1 e Take 2.

Participam do disco Miles Davis no trompete, Jackie McLean no sax alto, Sonny Rollins no sax tenor, Walter Bishop Jr. no piano, Tommy Potter no contrabaixo e Art Blakey na bateria.

Na música Blue Room o cast é Miles Davis no trompete, Sonny Rollins no sax tenor, John Lewis no piano, Percy Heath no contrabaixo e Roy Haynes na bateria.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Miles Davis - Quartet (1953/1954)

Miles Davis Quartet, ou simplesmente Quartet, é um disco lançado em 1954 pela Prestige Records.
São gravações dos anos 1953 e 1954.
As primeiras quatro faixas que formam o Lado A do disco foram gravadas em 1953 e as 3 últimas faixas em 1954, todas na Beltone Studios em Nova York, mesmo local de gravação do Miles Davis and Horns posteriormente em 1956, lugar que Miles apreciava bastante.

Nessa fase Miles Davis estava deixando de lado seu vício em heroína.

O cast do disco é fenomenal. Não trata apenas de 1 quarteto, são combinações que Miles fez durante as gravações entre 1953 e 1954.

Miles obviamente está presente em todas as formações com o Trompete.

As faixas "When Lights Are Low" (de Benny Carter e Spencer Williams), Turn Up (de Miles Davis) e Miles Ahead (de Miles Davis e Gil Evans) são tocadas por John Lewis nos pianos, Percy Heath no baixo e Max Roach na bateria.
A faixa Smooch (uma composição de Miles Davis e Charles Mingus) são tocadas por Percy Heath no baixo, Charles Mingus no piano e Max Roach na bateria.

O lado B tem uma formação mais uniforme.
As músicas Four (Miles Davis), Old Devil Moon (Burton Lane e E.Y. Harburg) e Blue Haze (Miles) são tocadas pelo quarteto formado por Miles (trompete), Horace Silver (piano), Percy Heath (baixo) e o lendário baterista Art Blakey.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Buddy & The Juniors - Buddy Guy (1970)


Lançado em 1970 Buddy & The Juniors é o que podemos chamar de ontológico.
As músicas ao longo de todo disco seguem sempre com no máximo 3 instrumentos ao mesmo tempo, nada mais do que isso (e nem precisa).
Intimista, Buddy Guy se junta com os "Juniors", Junior Mance e Junior Wells, para tocar um Blues e é só isso. O que esse disco tem de simples tem de envolvente e viciante.
Logo na primeira faixa você nota o clima de descontração entre os 3 cavaleiros, Talkin' 'Bout Women Obviously, tem coisa melhor para começar um assunto (especialmente os musicais) do que "falar sobre mulheres, obviamente". A música é quase toda tocada com violão e acompanhamento da gaita de Junior Mance, que dá o tom nas músicas.
Riffin', a segunda faixa, mostra toda a criatividade de Buddy Guy em desenhar linhas belíssimas em seu violão.
O disco segue com Buddy Blues e escancara por que Junior Wells é considerado um dos maiores pianistas do Jazz.
A quarta faixa é uma versão muito bem executada de uma das maiores músicas do Blues, Hoochie Coochie Man de Willie Dixon.
A quinta faixa, Five Years, com um andamento mais lento, conseguimos notar o entrosamento perfeito entre as cordas de Buddy, o piano de Wells e a melodiosa gaita de Mance.
Rock Mama, uma ótima música onde percebemos com mais clareza os acordes de Buddy e a gaita de Mance, que torna-se mais estridente.
O disco termina com a dançante Ain't No Need, num clima de confraternização total.
Trata-se de um disco minimalista, com poucos instrumentos e totalmente envolvido num clima de "vamos tocar lá em casa", como uma Jam Session entre velhos amigos.

10 livros essenciais para entender o Jazz

Tido como o ápice da sofisticação na música popular, o jazz não alcança uma maior popularidade pela dificuldade que a maioria das pessoas encontra para conhecer o gênero.

Pensando em ajudar os entusiastas e complementar os conhecimentos dos já iniciados, pedimos para que nosso vendedor Rodrigo Fidalgo, que é fissurado em música, fizesse uma seleção com dez livros essenciais para entender o jazz:

1) Guia de jazz em CD

Este livro faz parte de uma série de guias publicados pela editora Zahar, e é excelente para quem está tendo seu primeiro contato com o jazz: básico, barato, em formato “bolso” e apenas com os principais discos dos grandes artistas do gênero. Inclusive de brasileiros como Victor Assis Brasil, Hélio Delmiro, Dick Farney e a Traditional Jazz Band.

2) O jazz – Do rag ao rock

Escrito pelo crítico alemão Joachim Berendt em 1975, é um dos principais livros sobre o gênero. É didaticamente dividido em capítulos como “Estilos”, “Músicos”, “Instrumentos” e “Termos”. Obrigatório tanto para iniciantes quanto para veteranos.

Porém, atenção para os desavisados: cuidado para não confundir o “rag” do título com a música de Bob Marley! O “rag” é uma forma reduzida de “ragtime”, um dos estilos precursores do jazz.


3) História social do jazz

Lançado em 1989, é outro livro tão importante quanto o de Berendt! Aqui o historiador marxista Eric Hobsbawm analisa o gênero e sua importância dentro do contexto histórico (como por exemplo: o jazz como elemento de resistência dos negros escravos). Assim como em seus outros livros, o texto de Hobsbawm é sempre uma delícia de ler!

4) Tempestade de ritmos

Coletânea dos artigos sobre música que Ruy Castro escreveu para o jornal Correio da manhã, do final dos anos 70 até os anos 2000. E, aficcionado por jazz que é, sobram escritos sobre Chet Baker, Miles Davis, Duke Ellington, Tony Bennett, Bill Evans, Ray Charles, e por aí vai…

5) Jazz – A history of America’s music

Este livro é um absurdo! Além de ter sido escrito por Ken Burns (cineasta respeitadíssimo e que já tinha feito o documentário definitivo sobre o gênero, chamado simplesmente de Ken Burns’ Jazz), é ricamente ilustrado com mais de 500 fotos incríveis! Vale cada centavo gasto nele!

6) Kind of Blue

O jornalista inglês da revista Melody Maker fala não só do clássico álbum de Miles Davis, mas também traça todo o contexto histórico da época. Fala de como essa obra foi influenciada (por Picasso e Van Gogh, entre outros…) e de como ela influenciou (James Brown, Grateful Dead, Velvet Underground…)

7) Solo

Autobiografia de César Camargo Mariano, um dos grandes gênios da nossa MPB, e um dos maiores responsáveis pelo reconhecimento da música instrumental brasileira no exterior, gravando desde bossa-nova até fusion (jazz misturado ao rock).

O ex-marido de Elis (e pai da Maria Rita e do Pedro Mariano) narra toda a sua história aqui, pessoal e profissional. Ele que já trabalhou com praticamente todos os grandes nomes da MPB: Chico, Milton, Ivan Lins, Simone, Bethânia, Gal, Wagner Tiso, Nana Caymmi…

8) The house that trane built

Outra obra imperdível é esta do especialista Ashley Kahn, em que ele conta a história de uma das maiores gravadoras de jazz de todos os tempos, a Impulse! Records (gravadora de John Coltrane e, mas recentemente, de Diana Krall, entre outros…)

Kahn já escreveu obras sobre álbuns de John Coltrane e Miles Davis, tem “cacife” e sabe do que está falando.

9) Samba, jazz e outras notas

Um clássico escrito pelo carioca Lúcio Rangel, um dos primeiros críticos de música do país (ele morreu em 1976). Aqui ele traça um paralelo entre o samba de Carmen Miranda e Pixinguinha e o jazz tocado pelos negros como Louis Armstrong (uma vez que ele detestava o jazz feito pelos brancos). O texto de Rangel é ácido e divertido. Relíquia imperdível!

10) Freedom, rhythm & sound

E, para finalizar, uma jóia “cult”: este “Freedom, rhythm & sound” é exclusivamente de capas de discos de jazz gravados de 1965 até 1983. Extremamente originais e ousadas para a época, causaram grande impacto às capas de artistas como Art Esemble of Chicago, John Coltrane, Pharoah Sanders e Ornette Coleman. Belíssimo trabalho!

Fonte: Martins Fontes Paulista

domingo, 14 de dezembro de 2014

Miles Davis Plays the Compositions of Al Cohn


Miles Davis Plays the Compositions of Al Cohn é um tributo de Miles para o famoso Al Cohn, apelido de Alvin Gilbert Cohn, um grande compositor e saxofonista norte-americano que começou sua carreira 1940 e tem seu trabalho permeado de Cool Jazz, Bebop e Big Band.
Estre tributo foi lançado em 1953. Anos mais tarde ele estaria presente, inteiro, no disco Miles Davis and Horns, de 1956, que é toda uma compilação de uma fase da presença de Miles na Prestige Records no começo da década de 50. Então, se for pra ter um disco, compre o Miles Davis and Horns. Agora, se você for um colecionador, nem adianta te convencer do contrário, você vai querer os dois discos de qualquer jeito, mesmo se todas as músicas em um estiver presente no outro.
O disco tem uma importância histórica e biográfica. A ideia de fazer esse disco partiu do produtor da Prestige Records, Bob Weinstock, com a intenção de ajudar o Miles Davis que, na época, estava lutando contra as drogas e que não gravava nada há mais de um ano. A última gravação de Miles foi algumas canções para Blue Note Records e, por muitos meses, havia abandonado completamente a atividade musical.

O curioso nessa história é que Al Cohn não gostava de Miles Davis, apenas aceitou a gravação do disco pois precisava de dinheiro e Bob Weinstock lhe pareceu confiável, ia colocar um bom time de músicos para executar suas músicas. Além do talento Bob queria formar uma banda com músicos que não estivessem envolvidos em drogas, com medo de Miles possa ter alguma recaída durante as gravações. Além de John Lewis e os veteranos do bebop Kenny Clarke e Leonard Gaskin, dois saxofonistas foram incluídos para fechar o septeto, Zoot Sims além do próprio Al Cohn.
As quatro peças executadas no disco são Tasty Pudding , Floppy, Willie the Wailer e For Adults Only.

Miles Davis and Horns (1956)


Miles Davis and Horns é um disco lançado em 1956 mas gravado entre os anos de 1951 e 1953.
É uma compilação de diferentes músicas de diferentes álbuns lançados anteriormente pela Prestige Records. As músicas "Morpheus", "Down" e "Whispering" foram originalmente lançadas no álbum "Modern Jazz Trumpets", um LP que reunia vários artistas além de Miles Davis.
Essas mesmas músicas também saíram como singles. A faixa "Blue Room" foi lançada no single "Morpheus" e as faixas "Tasty Pudding", "Willie the Wailer", "Floopy" e "For Adults Only" foram lançadas no disco "The Compositions Of Al Cohn", lançado em 1953.
A única música realmente composta pelo Miles Davis nesse disco é "Down".
Participam das músicas do disco Miles Davis no trompete, John Lews no piano, Sonny Truitt e Bennie Green no trombone, Al Cohn, Sonny Rollins e Zoot Sims no sax tenor, Leonard Gaskin e Percy Heath no baixo e Roy Haynes na bateria.
Esse disco marca um importante passo de Miles com a gravadora Prestige Records, uma consolidada e produtiva parceria. É um ótimo material pra ver Miles e banda tocando as músicas de  Al Cohn.

A capa do disco foi feita pelo cartunista americano Don Martin, mais conhecido por suas publicações na revista Mad entre os anos de 1956 e 1988.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Nina Simone - I Put a Spell on You


I Put a Spell on You (clique aqui para comprar o disco) é um disco da pianista/cantora de Jazz/compositora Nina Simone lançado em 1965 pela Philips Records. É, certamente, um dos melhores discos dela, carregado de Soul, Jazz e Blues.
A maioria das músicas possuem uma feição dramática, com letras de amor carregadas de ironia, tristeza e sensualidade numa espécie de bom humor melancólico. O instrumental ao longo do disco é composto por uma grande orquestração com o acento nos metais e nas cordas além de uma ótima base de piano.
Não há nenhuma música de Nina Simone neste disco. Ele é composto por interpretações de Nina em cima de canções populares. europeias e norte-americanas, de compositores como Charles Aznavour, Jacques Brel, e Anthony Newley.
O disco começa com a famosíssima I Put a Spell on You, que dá nome ao disco. É uma música do excêntrico Screamin' Jay Hawkins mas que teve várias versões ao longo dos anos (até mesmo do Marilyn Manson). Não tenho nenhum receio de dizer que a versão de Nina Simone é a melhor versão da música.Originalmente a canção tinha um tom debochado (típico do Scremin' Jay Hawkins) mas Nina Simone, de forma genial, transformou ela numa canção de paixão, com tonalidade sensual bastante acentuada. Ela se tornou uma das suas músicas mais conhecidas e queridas de sua carreira e até virou o título da sua autobiografia anos mais tarde, I Put a Spell on You, escrita em 1992 com Stephen Cleary (clique aqui para comprar a autobiografia).
Tomorrow is My Turn é uma tradução para o inglês de uma música francesa de Charles Aznavour, L'amour C'est Comme Un Jour. Uma bela interpretação de Nina, que se desempenha numa voz suave e meio rouca e uma base de piano sensacional.
Ne me quitte pas é uma canção francófona originalmente composta, escrita e cantada por Jacques Brel (um compositor belga). Segundo Brel essa música não é sobre o amor, mas sobre a covardia dos homens. Talvez a música mais melancólica do disco. Nina Simone pega a cor triste da música e canta em francês a música toda submersa numa base orquestrada de fazer marejar os olhos. Tornou-se uma de suas músicas mais tocadas ao vivo.
Marriage is for Old Folks, uma canção de Leon Carr e Earl Shuman, é uma das músicas mais divertidas do disco. Canta-se aqui, num desempenho fantástico, sobre a decisão de não se casar e se curtir por mais tempo a vida de solteiro.
July Tree, uma composição de Irma Jurist e Eve Merriam, é uma bela canção com uma belíssima letra.
Gimme Some é uma música de Andy Stroud, com um andamento mais dado ao Blues, ou próximo ao Soul típico de Motown (em alguns momentos beira ao Rock'n Roll), com um andamento acelerado, backing-vocals, guitarras e uma fenomenal interpretação de Nina. Uma música com forte apelo sexual.

Breve comentário sobre a personalidade política de Nina Simone:
Muito do que eu li sobre esse disco, especialmente músicas como Gimme Some e Marriage is for Old Folks, foi comentado que ela compõe uma certa expressão libertária da época, embebida (talvez não de forma consciente) de um espírito de Women's Lib. No entanto, é preciso lembrar que as músicas não eram dela e ainda foram compostas por homens.
Nina Simone de fato se movimentou politicamente, mas foi mais uma ativista dos direito civis dos negros nos Estados Unidos do que uma ativista feminista. Ela era admiradora de Martin Luther King (chegou a cantar em seu enterro, no dia 9 de Abril de 1968) embora fosse bem mais radical que ele. Enquanto ele defendia a integração e a paz, Nina defendia, na época, que os negros deveriam entrar numa luta armada (se necessário) e fazer um Estado separado (vale lembrar que a proposta segregacionista e a separação radical entre negros e brancos partia de muitos negros também, fato inegável).  Nina foi influenciada por grupos mais dado ao combate radical devido sua personalidade volátil e explosiva, conforme anota seu biógrafo. De qualquer forma, anos mais tarde, em sua própria biografia, ela deixou claro que via todas as raças de forma igual e não alimentava um ódio contra os brancos.

Continuando, temos Feeling Good. Essa é a minha música favorita do disco. É originalmente uma canção da Broadway, escrita por Anthony Newley e Leslie Bricusse para o musical "The Roar of the Greasepaint - The Smell of the Crowd". A versão original foi cantada pela primeira vez em 1964 por Cy Grant no Reino Unido e por Gilbert Price na Broadway, nos Estados Unidos, em 1965
A versão de Nina Simone começa à capela e desabrocha numa linda textura orquestrada. Se tornou uma das suas versões mais conhecidas e lembradas, tanto que virou um padrão. Entre os artistas que regravaram a versão de Nina estão a banda inglesa Muse, a americana Eels, e os cantores Michael Bublé e George Michael, entre outros.
One September Day, uma canção de Rudy Stevenson, volta ao andamento suave de July Tree. Na sequência temos Blues On Purpose, uma instrumental também composta por Rudy.
Beautiful Land é uma linda música de Leslie Bricusse a Anthony Newley. O andamento suave, a base de cordas, lembrando bastante uma canção de ninar.
You've Got to Learn, uma música de Charles Aznavour e Marcel Stellman, mais uma linda canção do disco.

Observação:
Aqui, receio, os comentários ficarem muito breves, vagos e repetitivos pois o disco inteiro caminha igualmente num padrão de qualidade que, na verdade, dispensaria quaisquer comentários. É sempre uma bela canção, interpretada por uma bela voz, com um belo pano de fundo instrumental. O padrão é esse. Apenas vou insistir em comentar música por música para quem quiser pegar as referências dos compositores originais. Nina Simone é uma artista fantástica, sua voz é maravilhosa, eu não sei por que você ainda está lendo e não foi atrás deste disco (se não o conhece).

O disco termina com Take Care of Business, uma canção mais puxada para o Soul, um pouco mais cadenciada do que Gime Somme. A música é uma composição de Andy Stroud.

Resumindo em uma única frase, I Put Spell on You de Nina Simone é um disco obrigatório!