sábado, 31 de dezembro de 2016

Extrapolation (1969) - John McLaughlin


Extrapolation é o primeiro disco do renomado guitarrista de Jazz John McLaughlin.
Gravado na Advision Studios em Londres em 18 de Janeiro de 1969 e lançado primeiramente pela Marmelade Records e posteriormente pela Polydor Records nos EUA, trata-se de um trabalho primoroso que mistura livremente elementos de Jazz-Rock e Blues.
Além de John McLaughlin na guitarra temos Brian Odgers no baixo, Tony Oxley na bateria e, o grande destaque do disco (mais do que o próprio John McLaughlin), John Surman no saxofone. Com solos impressionantes e belas demonstrações de virtuosismo, John Surman se sobressai de uma forma inacreditável, fazendo com que a quase inigualável qualidade do disco seja tanto por causa dele quanto pelo próprio John McLaughlin.

Segue abaixo o disco completo:

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Kathleen Annie Pannonica de Koenigswarter - A baronesa do Jazz


O quão forte é o poder do Jazz pra fazer com que uma mulher deixe filhos, marido e uma das mais poderosas famílias do mundo (a Rothschild) para ir trás do compositor de uma música que ela ouviu em uma viagem?

Nascida em 1913 em Londres e a filha mais nova de Charles Rothschild e da baronesa Rozsika Edle von Wertheimstein, Kathleen é aristocrata por excelência. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela entrou para o Exército da França Livre, que no momento combatia os nazistas. Foi nessa época que ela conheceu seu marido e teve seus filhos.

Mas não foi nem a guerra, a sua família, o seu nome, o seu marido e nem mesmo seus filhos que marcaram sua vida, foi a música - uma única música. Round Midnight.


Muito se fala de paixão à primeira vista, mas esse é um caso peculiar de paixão à primeira ouvida.

Foi em uma viagem em Nova York que a baronesa de Kathleen Annie Pannonica de Koenigswarter, depois de ouvir um pianista chamado Teddy Wilson tocar a música Round Midnight de Thelonious Monk, resolve dedicar sua vida ao financiamento e à procura do homem que compôs aquilo. Uma única música foi suficiente para Kathleen se tornar, desde aquele dia, a baronesa do Jazz e a patrona do Bepop.

Sua dedicação começa com Thelonious Monk mas não se limita a ele. Ela foi patrona de muitos músicos proeminentes de Jazz como Charlie Parker, Mary Lou Williams e outros.

Seu legado foi deixado, não na aristocracia de sua família (o qual foi deserdada), mas na história da música.
Sao inúmeras composições feitas em sua homenagemm como Nica's Tempo de Gigi Gryce, Nica de Sonny Clark, Nica Dream de  Horace Silve, To Nica de Kenny Dorham's, Blues for Nica de Kenny Drew, Nica Steps Out de Freddie Redd, Inca de Barry Harri, Thelonica de Tommy Flanagan e, talvez a mais significativa, Pannonica de Thelonious Monk, lançado na sua obra-prima Brilliant Corners de 1957.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

The Unique Thelonious Monk (1956) - Thelonious Monk

The Unique Thelonious Monk é um disco de 1956 de Thelonious Monk, seu segundo trabalho com a Riverside Records e, assim como o antecessor (Thelonious Monk Plays Duke Ellingto, que era um disco de Monk tocando músicas de Duke Ellington), este é feito de standards. Trata-se de uma continuação da estratégia de marketing da Riverside Records em trazer ao consumidor o interesse por Thelonious Monk, já que sua música original era considerada "muito difícil" para o mercado de massa. Além de Monk, o disco conta com a presença de Art Blakey na bateria e Oscar Pettiford no baixo. Tanto "Thelonious Monk Plays Duke Ellington" quanto esse disco são feitos especialmente para você ir se ambientando ao estilo de Thelonious Monk. Não há uma única composição dele no disco mas há certamente sua impressão digital. Apesar do disco se propor a ficar numa "zona segura", com temas de fáceis "digestão" para o grande público, nem por isso temos um disco simplório. Já podemos ver a tremenda habilidade de Monk em músicas como Honeysuckle e também de Art Blakey em Liza. Oscar Pettiford, com excessão da música Just You, Just Me, mantém essas duas forças instrumentais de forma discreta porém eficiente. É um ótimo disco para você presentear uma pessoa que está querendo começar a ouvir Jazz. Nada muito cerebral, mas ainda sim excelente.

O disco inteiro pode ser ouvido aqui:


sábado, 21 de maio de 2016

Relato de campo: O som de Álvaro e Eric Assmar


Hoje, 21 de Maio de 2016, no SESC Campinas, houve uma excelente apresentação de Blues de Álvaro Assmar.
Com uma camisa de Johnny Winter e uma modesta mas fiel platéia, que não arredou o pé do lugar até terminar toda apresentação - com efusivos aplausos, fomos levados pelos caminhos do consagrado estilo norte-americano e a plena convicção de que no Brasil se faz Blues e Blues de qualidade.
A apresentação foi intimista, com ares caseiros reforçados por estar em palco não apenas amigos de longa data, mas uma família, no sentido literal da palavra. Álvaro Assmar dividiu o palco com seu filho caçula, Eric Assmar. A mistura e a diferença geracional fica evidente. Enquanto Álvaro Assmar toca de uma forma mais conservadora, evocando um estilo mais clássico, seu filho chutava o balde e fazia excelentes solos agressivos, enquanto contorcia seu rosto - puro feeling. Fiquem de olho nele.
O melhor de tudo era o sorriso de contentamento do pai orgulhoso com a cria, que já se transformara em legado musical.

Para conhecer o trabalho de Álvaro Assmar segue seu website oficial
http://www.alvaroassmar.com.br/

Vídeos

Blues À La Carte



Armadilha



Rota Suicída



Eric Assmar Trio

Seguindo um caminho próprio Eric Assmar fundou seu trio, Eric Assmar Trio, com uma proposta pra lá de nostálgica, reviver a onda dos Power Trios dos anos 60 e 70.
O som caminha entre o Jazz e o Blues, com um excelente trabalho de guitarra. O jovem guitarrista já ganhou troféu de "Melhor instrumentista" pelo Prêmio Caymmi de Música do ano passado (2015).

No Youtube a banda disponibilizou o disco completo Eric Assmar Trio:
https://www.youtube.com/watch?v=_4NvBGb2gWA

Site da banda
http://www.ericassmar.com.br/
Facebook
https://www.facebook.com/ericassmartrio