terça-feira, 16 de dezembro de 2014

10 livros essenciais para entender o Jazz

Tido como o ápice da sofisticação na música popular, o jazz não alcança uma maior popularidade pela dificuldade que a maioria das pessoas encontra para conhecer o gênero.

Pensando em ajudar os entusiastas e complementar os conhecimentos dos já iniciados, pedimos para que nosso vendedor Rodrigo Fidalgo, que é fissurado em música, fizesse uma seleção com dez livros essenciais para entender o jazz:

1) Guia de jazz em CD

Este livro faz parte de uma série de guias publicados pela editora Zahar, e é excelente para quem está tendo seu primeiro contato com o jazz: básico, barato, em formato “bolso” e apenas com os principais discos dos grandes artistas do gênero. Inclusive de brasileiros como Victor Assis Brasil, Hélio Delmiro, Dick Farney e a Traditional Jazz Band.

2) O jazz – Do rag ao rock

Escrito pelo crítico alemão Joachim Berendt em 1975, é um dos principais livros sobre o gênero. É didaticamente dividido em capítulos como “Estilos”, “Músicos”, “Instrumentos” e “Termos”. Obrigatório tanto para iniciantes quanto para veteranos.

Porém, atenção para os desavisados: cuidado para não confundir o “rag” do título com a música de Bob Marley! O “rag” é uma forma reduzida de “ragtime”, um dos estilos precursores do jazz.


3) História social do jazz

Lançado em 1989, é outro livro tão importante quanto o de Berendt! Aqui o historiador marxista Eric Hobsbawm analisa o gênero e sua importância dentro do contexto histórico (como por exemplo: o jazz como elemento de resistência dos negros escravos). Assim como em seus outros livros, o texto de Hobsbawm é sempre uma delícia de ler!

4) Tempestade de ritmos

Coletânea dos artigos sobre música que Ruy Castro escreveu para o jornal Correio da manhã, do final dos anos 70 até os anos 2000. E, aficcionado por jazz que é, sobram escritos sobre Chet Baker, Miles Davis, Duke Ellington, Tony Bennett, Bill Evans, Ray Charles, e por aí vai…

5) Jazz – A history of America’s music

Este livro é um absurdo! Além de ter sido escrito por Ken Burns (cineasta respeitadíssimo e que já tinha feito o documentário definitivo sobre o gênero, chamado simplesmente de Ken Burns’ Jazz), é ricamente ilustrado com mais de 500 fotos incríveis! Vale cada centavo gasto nele!

6) Kind of Blue

O jornalista inglês da revista Melody Maker fala não só do clássico álbum de Miles Davis, mas também traça todo o contexto histórico da época. Fala de como essa obra foi influenciada (por Picasso e Van Gogh, entre outros…) e de como ela influenciou (James Brown, Grateful Dead, Velvet Underground…)

7) Solo

Autobiografia de César Camargo Mariano, um dos grandes gênios da nossa MPB, e um dos maiores responsáveis pelo reconhecimento da música instrumental brasileira no exterior, gravando desde bossa-nova até fusion (jazz misturado ao rock).

O ex-marido de Elis (e pai da Maria Rita e do Pedro Mariano) narra toda a sua história aqui, pessoal e profissional. Ele que já trabalhou com praticamente todos os grandes nomes da MPB: Chico, Milton, Ivan Lins, Simone, Bethânia, Gal, Wagner Tiso, Nana Caymmi…

8) The house that trane built

Outra obra imperdível é esta do especialista Ashley Kahn, em que ele conta a história de uma das maiores gravadoras de jazz de todos os tempos, a Impulse! Records (gravadora de John Coltrane e, mas recentemente, de Diana Krall, entre outros…)

Kahn já escreveu obras sobre álbuns de John Coltrane e Miles Davis, tem “cacife” e sabe do que está falando.

9) Samba, jazz e outras notas

Um clássico escrito pelo carioca Lúcio Rangel, um dos primeiros críticos de música do país (ele morreu em 1976). Aqui ele traça um paralelo entre o samba de Carmen Miranda e Pixinguinha e o jazz tocado pelos negros como Louis Armstrong (uma vez que ele detestava o jazz feito pelos brancos). O texto de Rangel é ácido e divertido. Relíquia imperdível!

10) Freedom, rhythm & sound

E, para finalizar, uma jóia “cult”: este “Freedom, rhythm & sound” é exclusivamente de capas de discos de jazz gravados de 1965 até 1983. Extremamente originais e ousadas para a época, causaram grande impacto às capas de artistas como Art Esemble of Chicago, John Coltrane, Pharoah Sanders e Ornette Coleman. Belíssimo trabalho!

Fonte: Martins Fontes Paulista

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